Compreenda a importância de acolher as suas lágrimas e de ter empatia com as dos outros
Chorar é um fenômeno que ocorre diante da intensidade com que as emoções nos acometem. É resultado de um processo evolutivo aprimorado. Chorar, acima de tudo, é um recurso precioso que pode trazer inúmeros benefícios.
- “Engole o choro”
- “Xiii, já vai começar a chorar?”
- “Como você é chorona!”
- “Homem que é homem não chora”
- “Se não parar de chorar, você vai apanhar para chorar com motivo”
Se você já ouviu algumas dessas frases de seus pais na infância ou se já disse algo semelhante a seus filhos, esse texto é para você. Veja 5 razões para nunca mais reprimir o choro ⬇
Antes, vamos falar sobre o que a ciência diz em relação a chorar e suas interferências culturais.
O que a Ciência diz
Ad Vingerhoets, um psicólogo clínico holandês que estuda o choro humano há mais de 20 anos, encontrou algumas respostas interessantes, mas que dividem opiniões.
O autor não encontrou evidências que comprovem que chorar é saudável, entretanto, isso não quer dizer que não seja importante chorar ou que chorar não tenha uma função positiva.
Segundo Ad Vingerhoets, chorar é um comportamento muito dinâmico, com um contínuo desenvolvimento que varia significativamente do nascimento à velhice e espelha apropriadamente importantes desenvolvimentos morais e socioemocionais.
Embora o choro possa acompanhar todas as “emoções básicas”, como chorar de raiva, de medo, de alegria ou de tristeza, nos adultos as principais causas do choro relacionam-se à impotência e ao desamparo. O luto ou a possibilidade de vivê-lo também são gatilhos para o choro emocional.
Situações positivas, como a construção de novos vínculos, também podem ser promovidas pelo choro. Inclusive, as performances artísticas excepcionais podem fazer as lágrimas rolarem abundantemente.
O choro é algo muito particular e se manifesta de diversas formas conforme o indivíduo — Foto: Reprodução/Unsplash
Diferenças individuais do choro
Há consideráveis diferenças de choro entre indivíduos dependendo da idade, gênero, estrutura psicológica, cultura e exposição ao stress ou a situações traumáticas.
Para um entendimento adequado dessas diferenças individuais, há de se considerar quatro fatores:
- Diferentes exposições a situações emocionais: situações emocionais percebidas como positivas ou negativas podem ter repercussões diferentes.
- Avaliação das situações: há locais, situações e pessoas em quem confiamos mais e há situações em que o choro não será bem acolhido. Essa avaliação é importante para saber a quem recorrer em um momento de necessidade.
- As limitações ao choro: há situações em que o choro não é bem-vindo e pode ocasionar um resultado negativo, dependendo de como ele ocorre. Por exemplo: chorar em uma entrevista de emprego pode por tudo a perder se não houver uma boa justificativa para isso.
- Influências do aprendizado social: quanto mais somos acolhidos e respeitados em relação às nossas emoções e, especialmente, ao choro, mais nos sentiremos autorizados a fazê-lo quando sentirmos necessidade.